sexta-feira, 26 de abril de 2013

Resenha: Fazenda Modelo



"A obra Fazenda Modelo é uma novela pecuária executada por Chico Buarque que utilizou da alegoria e do grotesco para mostrar as faltas de liberdades de expressão, de imprensa, bem como as práticas de prisões e torturas, muito comum ao processo da ditadura militar de 1964, aplicadas àqueles que se mostravam opositores do governo ou simpatizantes das ideias comunistas, pois era uma ameaça ao lucro do governo e, consequentemente, ao capitalismo."

( imagem: Google)

 O verdadeiro sentido e significado do livro ficam claros por dois motivos que são citadas, subjetivamente, em toda a narração: a questão dos grandes latifúndios e o medo da implantação de um governo comunista. As iniciativas de reforma agrária foram propostas pelo presidente João Goulart, e que por essa e outras ficou caracterizado com um pensamento comunista, foram grandes motivações para que ocorresse o Golpe Militar.
Dessa maneira, a obra é uma alegoria e metáfora em relação ao período militar do Brasil onde encontramos bois e vacas submissos aos comandos feitos pelo conselheiro superior, o “Bom Boi” Juvenal, numa comparação clara aos homens e mulheres que se submetiam ao governo militar, cuja proposta era o progresso, a ordem, baseados no controle da crise econômica e no desenvolvimento da mesma. Assim, em todo o enredo é possível perceber a alegoria da narrativa pecuarista representando o discurso político e ditador da época, com a evolução nos processos da economia e das técnicas de produção sendo duradouros por todo o período, tornando a leitura exaustiva e cansativa, entretanto essa sensação é provocada de maneira proposital.
Para o autor, assim como no período do governo militar, a liberdade do indivíduo era restrita pelo discurso dos princípios morais, que seria a alienação politica à sociedade por meios de divulgação como a propaganda impregnada pela ideia do milagre econômico. 
Assim como a comunidade bovina aceitou pacificamente se submeter á liderança e autoridade do boi Juvenal, a sociedade aceitou as restrições radicais do governo ditatoriais em razão ao progresso econômico e material prometidos, onde a liberdade e o agir naturalmente da sociedade eram considerados um atraso econômico que deveria ser, cientificamente, regulado. Essa alienação perante a comunidade pecuarista fez com que acabasse os conflitos sociais, pois ficaram convencidos de que as condições sociais precárias que viviam, seriam consertados pelo Juvenal.  
 Porém, no momento em que houve a restrição de criação dos filhos e a concentração de renda para a “burguesia” no livro  criou-se o ponto principal da novela pecuária: A sociedade pecuarista fez com que o governo militar entrasse em extinção junto com os insatisfeitos em relação ao  Juvenal exigindo igualdade social e direitos democráticos.

Conclusão:
Concluiu-se que o livro “Fazenda Modelo”, basicamente, é uma metáfora em relação à verdadeira situação da sociedade brasileira com uma imensa repressão e submissão executando um paralelo à comunidade pecuarista. É importante ressaltar a visão ampla de Chico Buarque ao fazer a novela que era criticar e denunciar a limitação das liberdades de expressão e de imprensa dando exemplos ao decorrer do livro como às prisões e torturas.
A grande sátira do livro fica muito clara nas situações relevantes da novela pecuarista como a reforma agrária e operária comunista que foram fatores importantes para que ocorresse o golpe militar de 64.
Dessa maneira a obra é uma alegoria ao Brasil, que coloca o conselheiro- mor o “Bom Boi” Juvenal  que tinha muita liderança e autoridade deixando os bois e raças submissos à ideologia do progresso econômico. 


Resenha feita por Gabriel Victor Costa, Giulia Sabrina e outros alunos.

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